14 de maio de 2012 | 3h 02
Análise:
Nívea Fabrico
PSICÓLOGA, PSICOPEDAGOGA - O Estado de
S.Paulo
A
cultura do ensino no Brasil convive com degraus de passagens de níveis. O
ensino fundamental é mais protetor com os estudantes e o médio já espera uma
maturidade maior, que eles nem sempre têm. Isso geralmente contribui para as
dificuldades na entrada dessa fase.
A
geração atual de adolescentes é muito mais culta no geral do que a de décadas
passadas. Mas também bem mais imatura, talvez como consequência do nosso modelo
social. É um paradoxo: por um lado, são jovens extremamente cultos, que
discutem de igual para igual com adultos em vários assuntos, e, por outro, têm
necessidade de um guia. Algo que o ensino médio nem sempre oferece.
São
jovens acostumados a serem mais protegidos e que se assustam muito com a
mudança estrutural de um nível para outro. Na sala de aula, tornam-se mais
inquietos, brincalhões e desatentos. E ainda se acham mais independentes do que
a idade permite, com a pretensão de saber todas as questões.
Há
muitos estudantes nessa fase que são excelentes, mas acabam tendo dificuldades
em contato com sistemas de ensino mais tradicionais. Muitas vezes, necessitam
do cuidado que somente escolas mais intimistas podem proporcionar.
Às
vezes, a retenção amadurece o jovem e contribui para que ele possa acompanhar
melhor a escola. Contribui para que a subida do degrau seja mais suave. No
entanto, depende muito de como os pais e as famílias encaram esse momento e
manejam a situação. A formação passa pela família e é importante que o
adolescente perceba o respeito mútuo e a seriedade que precisa assumir.
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